segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Choveu uma eternidade






Choveu uma eternidade

e ele encheu minha cama de água

entre o meu corpo e o dele 

um rio sinuoso com peixes coloridos

quando secou, eu não soube olhar as coisas como antes

não havia brilho, nem sons

perdi os sinais

as setas indicativas

perdi o mapa do meu sono

dar outro passo seria penetrar a ferida

da imagem que não quero desconstruir.

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